Sérgio Vidigal não disputará reeleição, mas afirma que não sairá do cenário político da Serra
O prefeito da Serra, Sergio Vidigal, está em seu quarto mandato. Ele comandou o maior município do Estado entre os anos de 1997 a 2004, depois retornou em 2009, quando foi prefeito até 2012. Perdeu nas duas eleições seguintes para o seu ex-aliado, Audifax Barcelos, mas retornou nesse ano. Agora, ele diz que não irá disputar a reeleição, mas isso não quer dizer que ele vai sair do cenário político na Serra.
“Quando eu vim disputar esse quarto mandato, eu deixei claro que minha vontade pessoal é de não disputar o quinto. Claro que eu não estou dizendo que não tenho plano para que nosso partido continue ne gestão. O PDT tem plano de governo para a cidade”, disse Vidigal.
E o plano pode ser assumido pela segunda geração da “dinastia Vidigal”. Sergio Eduardo Vidigal, o Dudu, filho do prefeito, deve disputar as eleições do ano que vem, mas o objetivo final pode ser suceder o pai com uma candidatura a prefeito, em 2024.
Questionado se Dudu disputaria em 2022, o prefeito respondeu: “Ele tem vontade sim, desde 2004 ele gostaria de ser (candidato) e eu não deixei. Eu oriento muito o seguinte: primeiro tem que cuidar da vida. Não pode entrar na vida pública para depender da política. Eu sou médico, se tiver ou não mandato, minha vida não muda. Mas, como todo cidadão apto a votar e a ser votado, é natural que as pessoas possam ser solicitadas para 2022”, disse.
Já com relação à sua esposa, a ex-deputada Sueli, o prefeito disse que ela não tem interesse pessoal de ser candidata, a não ser que seja uma necessidade do partido. Ainda assim, se o filho for candidato, ela não disputará. “Os dois, não”.
Vidigal x Audifax
O ex-prefeito Audifax Barcelos (Rede) é pré-candidato ao governo do Estado. Questionado se na possibilidade de Audifax virar governador, a rixa entre eles irá continuar, Vidigal negou que haja qualquer desentendimento com o ex-aliado.
“Eu não tenho rixa, não tem absolutamente nada. Você nunca viu eu emitir um som contra o ex-prefeito, até porque foi eu que o lancei, eu o trouxe para ser secretário, o preparando para ser candidato naquele momento. Seria até complexo, do meu lado, lançar alguém e hoje fazer crítica pessoal”, disse Vidigal.
O rompimento entre os dois ocorreu no final do primeiro mandato de Audifax como prefeito, em 2008, quando Audifax foi tolhido de disputar a reeleição. Vidigal disputou, ganhou, e perdeu a reeleição, em 2012, para o ex-prefeito Audifax. Desde 1997 os dois se revezam, agora como adversários, no comando da Prefeitura da Serra.
Quanto ao fato da pré-candidatura de Audifax ao Palácio Anchieta, pontuou: “A candidatura dele é natural, normal, se ele for o governador, ele não vai atender o prefeito Vidigal. Ele vai atender à Serra. Se ele for eleito, eu como prefeito vou respeitar todas as autoridades, não importa. O presidente da República não é do meu partido, eu não votei nele, mas ele é o presidente da República. Eu, como prefeito, e ele, como Presidente, eu vou sempre respeitá-lo e ter sempre relações institucionais. Então, tem que separar isso, quando acaba a eleição, acaba-se a disputa. Não tem nenhum problema nossa relação”, disse Vidigal.
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MATERNO-INFANTIL VAI TER SERVIÇO PARA ATENDER VÍTIMAS DE ESTUPRO
O prefeito da Serra, Sérgio Vidigal, marcou nova data para o início do atendimento ao público do hospital Materno-Infantil, localizado em Colina de Laranjeiras, na Serra. A princípio marcado para iniciar no último mês de outubro, o hospital deve estar em pleno funcionamento, segundo o prefeito, na segunda quinzena de janeiro.
O hospital ficou pronto ainda em 2020 e foi passado, pelo ex-prefeito Audifax Barcelos, para o governo do Estado. Vidigal, porém, após eleito, pediu de volta e recebeu a unidade, segundo ele, no último mês de setembro. Ele disse que agora está adaptando o hospital, uma vez que ele foi utilizado para o tratamento de Covid.
“Não posso abrir de qualquer forma. Estou fazendo um chamamento para um novo modelo de gestão, será por instituição filantrópica. Quero transformar o Materno Infantil em um hospital escola, que possa ter residência médica. Já estive no Ministério da Saúde, convidei o ministro para participar da abertura, até porque vai precisar de uma participação efetiva do Ministério”, disse Vidigal.
Segundo o prefeito, o hospital vai contar com 60 leitos para gestação de baixo risco, 40 leitos para risco alto, 40 leitos para Utins, 10 leitos para UTI adulto, 20 leitos para cirurgias ginecológicas e 20 leitos para cirurgias pediátricas. “E vamos implementar um centro de referência para atender mulheres vítimas de violência, principalmente vítimas de violência sexual. O centro funcionará sete dias por semana, 24 horas por dia, e será o primeiro serviço de referência para atender esse público no Estado”.
O centro terá equipes multidisciplinares com assistentes sociais, psicólogos, psiquiatras, ginecologistas e obstetras para, se for o caso, realizar o aborto legalizado em casos de estupros. “Se for uma gravidez que precisa ser interrompida, a legislação permite que isso ocorra. Queremos dar um tratamento diferenciado para as mulheres que carregam esse sofrimento (abuso) pelo resto da vida. Isso fica marcado”, disse Vidigal.
Em agosto de 2020, uma menina de 10 anos, que engravidou após ser estuprada pelo tio, teve de ser levada para Pernambuco para realizar a interrupção da gestação por não ter um serviço estruturado no Estado. A menina chegou a ser internada no Hucam, tinha uma decisão judicial permitindo o procedimento, mas mesmo assim, a equipe do Programa de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual (Pavivis) do Hucam se recusou a fazer a interrupção da gravidez, fruto do estupro.
Reprodução Folha Vitória
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