Bolsonaro só oficializou escolhas para Petrobras após aval do centrão

Bolsonaro só oficializou escolhas para Petrobras após aval do centrão
(Brasília - DF, 24/03/2020) Pronunciamento do Presidente da República, Jair Bolsonaro em Rede Nacional de Rádio e Televisão. Foto: Isac Nóbrega/PR

O presidente Bolsonaro só oficializou escolhas de ministro de Minas e Energia para Petrobras após aval do centrão.

Apesar de nomes que recusaram os cargos também terem sido avalizados pelo centrão, o ministro Bento Albuquerque foi o alvo das críticas de Bolsonaro, que ficou irritado com as desistências.

O presidente Bolsonaro só oficializou as escolhas do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para o comando da Petrobras após o aval do centrão.

Albuquerque, como o blog publicou, foi criticado no Planalto pelo o que foi classificado como “lambança” pelo governo nas definições de Rodolfo Landim e Adriano Pires. Apesar de os nomes também terem sido avalizados pelo centrão, Albuquerque foi o alvo das críticas de Bolsonaro, que ficou irritado com as desistências.

Diante da indefinição para o comando da estatal, Bolsonaro mandou Albuquerque resolver a situação e procurar nomes que agradassem ao mercado. Bolsonaro, inclusive, chegou a consultar Paulo Guedes sobre o seu secretário de desburocratização, Caio Paes de Andrade, mas o centrão e Bento Albuquerque não queriam escalar o assessor do ministro da Economia para comandar a Petrobras.

Diante do impasse, Albuquerque foi ao mercado — mas ninguém na iniciativa privada topou assumir a estatal, temendo também a interferência direta do presidente.

Albuquerque é próximo do ministro e consulta o político para os principais temas envolvendo a pasta, já que Nogueira, junto com demais líderes do centrão, comanda a campanha de reeleição de Bolsonaro e calcula o efeito que eventuais decisões do setor — de conta de luz a preço de combustíveis — terão na disputa presidencial.

Por isso, por mais técnica que o governo diga que foi a escolha do novo comando da Petrobras, ela só foi confirmada porque, após os nomes sondados se habilitarem, depois de diversas recusas, eles passaram pelo crivo do centrão, que comanda as decisões políticas eleitorais do governo.

Reprodução: G1