Ales: deputados estaduais cobram melhorias na BR-101

Ales: deputados estaduais cobram melhorias na BR-101
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As condições precárias de tráfego em vários trechos compreendidos nos 470 quilômetros da BR-101 que cortam o Espírito Santo foram alvo dos deputados na sessão ordinária híbrida desta terça-feira (15). Os parlamentares criticaram as condições da via e cobraram a conclusão de obras previstas no contrato de concessão.

Os deputados apontaram atraso na duplicação, sob responsabilidade da concessionária Eco101, e voltaram a cobrar a conclusão do serviço. Ainda denunciaram os constantes acidentes que acontecem, além de dificuldades de tráfego. Nesta terça-feira, população e autoridades de João Neiva fecharam trecho da rodovia que corta o município em protesto aos acidentes fatais ocorridos no município, distante cerca de 70 quilômetros de Vitória. No último domingo (13) duas pessoas morreram na batida entre um carro e uma carreta.

O primeiro a protestar foi o deputado Alexandre Xambinho (PL), que cobrou providências da Eco101. “João Neiva parou porque aconteceu mais um acidente trágico no último domingo. A Eco101 mostra o descaso com a população. Quantos capixabas vão precisar morrer para a empresa tomar as devidas precauções?”

Fotos da sessão ordinária

Já o deputado Dary Pagung (PSB) argumentou que a concessionária apresenta resposta inconsistente. “A empresa falava que não tinha licença ambiental, mas a informação que temos é que já tem essa licença de Serra a João Neiva”, disse.

Licenciamento

A manifestação em João Neiva foi defendida pelo deputado Marcelo Santos (Podemos). “O acesso já deveria ter sido planejado. Eles têm que parar de mentir, tem licenciamento, e tem que tomar as medidas. Precisamos intervir nessa concessão que tem causado um mal enorme para a sociedade capixaba. Não é por conta de um trecho duplicado que vamos esquecer os demais. A Eco101 tem uma dívida enorme com a população capixaba. A nota da empresa foi muito fria. Várias pessoas tiveram vidas ceifadas por causa da Eco101”, comentou o deputado.

Morador de Linhares e usuário frequente da BR-101, o deputado Marcos Garcia (PV) externou sua indignação pelos acidentes e contra a concessionária. “Venho toda segunda-feira pra Vitória e volto na quinta. Já cheguei a pegar três ‘Pare e Siga’, já fiquei quatro horas parado. A Eco101 não tem responsabilidade. Está freando a economia, são muitos motoristas parados, pessoas idosas, crianças, representantes comerciais que precisam do direito de ir e vir. É uma concessão federal, não paga ICMS, paga ISS. Por que a bancada federal está de braços cruzados? Não estou vendo ninguém. Precisamos tomar medidas contra a Eco101”, propôs.

O deputado Freitas (PSB) ressaltou que o contrato com a empresa envolve três etapas, com prazo final até 2023. De acordo com o parlamentar, o acordo não foi cumprido. Conforme o cronograma, a primeira etapa, de Viana-Fundão, deveria ter sido concluída em 2016; a segunda etapa, da divisa do Rio de Janeiro até Jacupemba, em 2018; e a terceira etapa, até a Bahia, está prevista para ser concluída em 2023.

Ele ainda exemplificou a falta de ciclovias, acostamento e passarelas no trecho norte, em São Mateus. “Notificamos a Eco101 três vezes. Já estamos com quase dez anos de contrato. Enquanto a concessionária construía as praças de pedágios, por que não resolveu os principais gargalos? Se uma ponte sem acostamento não é gargalo, o que é gargalo?”, perguntou Freitas.

Campanha da Fraternidade

A Campanha da Fraternidade, realizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi abordada pelo deputado Sergio Majeski (PSB). O tema deste ano – “Fraternidade e educação; fala com sabedoria e ensina com amor” – é relacionado à bandeira do mandato do parlamentar.

“A Igreja Católica tem uma grande oportunidade para dar uma grande contribuição com a reflexão sobre a questão educacional, sobretudo aqui no estado, e contribuir, quem sabe, para ajudar a cobrar os gestores públicos aquilo que tem de ser feito, para verdadeiramente oportunizar os nosso jovens à educação, incluir de fato, chamar de volta aqueles que estão fora da escola”.

Majeski ressaltou que para a educação formal ser realizada é preciso da criança e do adolescente dentro da sala de aula, e que a educação é fundamental para o desenvolvimento de uma nação. Ele apelou para que durante a Campanha da Fraternidade as paróquias e as comunidades deem sua contribuição para lembrar a importância da educação e, em particular, para a volta do ensino noturno, o transporte escolar, entre outras demandas.

“Eu gostaria de pedir às paróquias e às comunidades que fizessem uma reflexão profunda e questionassem tanto o poder público municipal quanto o estadual”, conclamou.

 

 

 

 

Reprodução: Ales