Ales: Frente Parlamentar Brasil-Espírito Santo-China celebra termo de cooperação com o Instituto Sociocultural Brasil-China

Ales: Frente Parlamentar Brasil-Espírito Santo-China celebra termo de cooperação com o Instituto Sociocultural Brasil-China

A Frente Parlamentar Brasil-Espírito Santo-China da Assembleia Legislativa (Ales) celebrou termo de cooperação com o Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina), visando às relações comerciais entre os dois países. O termo de cooperação de interesse mútuo prevê a colaboração e assessoria com o objetivo de ajudar a frente parlamentar.

O documento, assinado durante a reunião realizada no Plenário Dirceu Cardoso nesta sexta-feira (10), tem validade até o final da atual legislatura, podendo ser renovado no futuro.

Além das atividades de colaboração com a frente, as partes poderão promover seminários, eventos, participar de missões à China e receber parlamentares chineses vindos ao Brasil e ao Espírito Santo. Tanto a frente parlamentar como o Ibrachina estarão voltados para as relações comerciais e de negócios bilaterais Brasil-China, no que diz respeito ao Espírito Santo.

Durante a reunião, foram destacados o potencial comercial e logístico do Espírito Santo, sua localização estratégica e o crescimento das relações comerciais do Brasil e do estado com a China.

Potencial capixaba

O comércio Brasil-China foi destaque na fala do presidente do Ibrachina e também presidente da Coordenação das Relações Bilaterais Brasil-China na OAB Nacional, Thomas Law. Ele afirmou que a China é o maior parceiro comercial do Brasil, por mais de 12 anos consecutivos. “E alguns números surpreendem. Desde 2007 até 2021, temos mais de 170 projetos confirmados no Brasil, com mais de US$ 60 bilhões de investimentos”.

Law revelou que as trocas comerciais entre Brasil e China ultrapassam US$ 100 bilhões anuais, desde 2019. Ele também ressaltou o interesse chinês na área cultural, a cooperação na área tecnológica, na segurança cibernética, além do enfrentamento da Covid-19 e das mudanças climáticas. Tudo isso, segundo ele, com responsabilidade social, de governança e ambiental. Ele destacou o potencial do estado, com os minérios, mármores, granitos e logística.

Vocação logística

A posição geográfica e a extensão do litoral capixaba também foram lembradas. O subsecretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, Ricardo Peçanha, destacou que o governo tem por política estreitar as relações comerciais com a China, maior parceira do Brasil. “Nenhum estado consegue competir com o Espírito Santo na área da logística, por sua vocação, tanto pela sua posição geográfica privilegiada, como por sua estabilidade econômica”, ressaltou.

O presidente da Câmara de Comércio Brasil-China, Carlos Eiras, destacou que as relações comerciais do Espírito Santo com a China marcam o comércio direto de algumas cidades chinesas com cidades como Vitória, Vila Velha e Cachoeiro do Itapemirim.

Já para o presidente da Junta Comercial do Espírito Santo, Carlos Alberto Rafael, “nós temos a tarefa de agilizar o processo dos novos empreendimentos com os órgãos públicos. Somos um ponto fora da curva dentro da Federação, com as contas ajustadas, em ordem. Estamos na Junta Comercial e no governo para atender a todos”; finalizou.

Parceria

O deputado federal Evair Vieira de Melo (PV/ES), vice-líder do governo na Câmara Federal e presidente da Frente Parlamentar de Comércio Exterior e Investimentos, disse que não tem estado nem país forte sem empresas fortes e citou a China como exemplo. Sobre as relações de comércio com o país, informou que “só de café e rocha são 120 mil contêineres. Isso mostra que este estado tem essa facilidade de diálogo internacional, isso faz muita diferença”, ponderou.

Ele citou ainda a atuação de Thomas Law, de ascendência chinesa, que foi interlocutor na negociação da compra de respiradores da China, no início da pandemia, e contribuiu para o Brasil sair de uma situação delicada de falta de respiradores. “Também foram doados 50 milhões de equipamentos de proteção individual (EPIs), graças às intervenções de Law”, revelou o deputado Evair de Melo.

Para ele, este é um exemplo que ilustra que as relações com a China estão consolidadas, lembrando, por exemplo, o episódio acontecido nas relações com o país por conta da posição do governo federal em relação à vacina chinesa, situação que, segundo ele, foi superada com o diálogo.

Momento histórico

O vice-presidente da Coordenação das Relações Bilaterais Brasil-China na OAB Nacional, Sóstenes Marchezine, disse que hoje é um dia histórico porque o deputado Bruno Lamas “assumiu o desafio e a missão de ser o protagonista dessa pauta e, a partir dessa Casa Legislativa, criar uma coalizão estadual e até nacional com essa pauta de grande valia”, disse.

Marchezine também lembrou os 47 anos das relações diplomáticas e comerciais com a China, e destacou que o país é hoje “nosso principal cliente, nação irmã e parceira. Nós temos condições de tornar a China a primeira parceira comercial do Espírito Santo”, prognosticou.

Abrangência da frente

O deputado Bruno Lamas, presidente da frente parlamentar, destacou que a educação, as tecnologias, a agricultura, a saúde, a segurança pública (no que diz respeito à modernização dos equipamentos), a mobilidade urbana, a inovação e a tecnologia serão pautas do grupo de parlamentares.

O secretário-executivo da frente, deputado Dr. Rafael Favatto (Patri), destacou que a Ales está disponível para contribuir na desburocratização das relações “para ampliar o comércio entre Brasil e China e qualquer outro país que queira fazer comércio com os capixabas. Um estado bem localizado, onde podemos expandir todas as nossas divisas, trazer a responsabilidade portuária para o Espírito Santo, desembaraço portuário, e somos o mais rápido do país. Temos condições de ser o armazém, o celeiro de nosso país. Temos condições de logística, visto o polo de Viana, o maior centro de logística do estado. Mas não somente Viana”, relatou.

O deputado informou também que a frente parlamentar terá abrangência maior, incluindo o comércio exterior, ou seja, abrangendo todos os países que fazem comércio com o Brasil e o Espírito Santo, mas que a prioridade deverá ser com a China.

Participantes

Além dos deputados e convidados que usaram a palavra, participaram da mesa o coordenador da Comissão de Direito Portuário da OAB-ES, Eduardo de Lima Oleari; o advogado Vitor Rodrigues; o coordenador estadual da Coordenação das Relações Bilaterais Brasil-China no Estado do Espírito Santo pela OAB-ES, José Carlos Ceolin Júnior; o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES), José Carlos Risk Filho; o servidor da Câmara dos Deputados Deyvid Pereira; o procurador-geral da Ales Rafael Henrique Guimarães Teixeira de Freitas; e Zaqueu Martins, morador da Serra e membro da comitiva de convidados.

Reprodução Ales