Consciência negra pauta discursos dos deputados na Ales
Parlamentares lembraram a Semana da Consciência Negra em seus discursos, na sessão ordinária desta quarta-feira (17). O deputado Sergio Majeski (PSB) frisou que a data comemorada no dia 20 de novembro deve ser marcada pela busca de novas conquistas, por mais que na maioria das vezes elas pareçam distantes e inalcançáveis.
“A utopia é fundamental. Grande parte daquilo que se conquistou na história da humanidade foi porque um dia alguém primeiro sonhou com isso. Todo mundo pode ter dito então, naquela ocasião, que era uma utopia e depois transformou-se em realidade”, afirmou.
Majeski acredita que a luta contra a discriminação é um dever de todo cidadão, independente de sua raça. “Todos nós devemos falar sobre isso. Claro, precisamos dar voz aos negros o tempo inteiro, para que falem desse assunto. Mas todos nós devemos levantar essa questão, essa causa da exclusão, da discriminação, do racismo que existe no Brasil”, pontuou.
O deputado lembrou que o país tem uma enorme dívida a ser historicamente reparada com os negros. “É uma herança cultural terrível. Ainda existem pessoas que dizem que o Brasil é uma grande democracia racial, que não existe racismo aqui. É só observar os números, é só observar quando você fala, por exemplo, de classes sociais. Quantos por cento da população negra é pobre e quantos por cento da população branca é pobre?”, questionou.
O parlamentar prosseguiu em sua análise: “Quando você observa o percentual de estudantes negros e de estudantes brancos nas principais universidades do país, sobretudo nos cursos considerados nobres, a gente observa isso no índice de criminalidade, o número de pessoas negras assassinadas a cada ano e o percentual de brancos assassinados a cada ano, a população carcerária brasileira, o percentual de negros e o percentual de brancos”, comparou.
Inclusão
O socialista reconhece os avanços conquistados ao longo dos anos, mas entende que ainda há muito caminho a ser percorrido. “Mesmo que a gente tenha leis antirracismo, que tenha leis de inclusão, que tenhamos cotas, nós estamos longe ainda de uma verdadeira inclusão e de eliminar essa questão do racismo, da discriminação, do preconceito no Brasil”, lamentou.
O deputado Torino Marques (PSL) também comentou o assunto. O parlamentar acredita que os preceitos de inclusão devem começar a ser ensinados desde cedo nas escolas. “Defendo que a consciência negra deve começar na educação infantil, para que os nossos pequenos se sintam parte da cultura tão presente nas nossas vidas, através da música, da gastronomia, do idioma, religiões, dentre vários outros”, comentou.
Torino, porém, lamentou que a causa, em sua opinião, seja muitas vezes usada de forma indevida pela classe política. “Deveríamos ter muito mais o que comemorar nesta data, o Dia da Consciência Negra. A data e causa, entretanto, são usadas como ‘marretas políticas’, nem sempre com escrúpulos, mas para aumentar ainda mais a distância social, racial e cultural em nosso país. Vejo, sim, uma agenda que prega mais segregação”, opinou.
Máfia do guincho
O recolhimento de veículos no Espírito Santo pautou o pronunciamento do deputado delegado Danilo Bahiense (sem partido). “Estamos saindo de uma pandemia, as pessoas passando por uma série de dificuldades, principalmente os ‘motoboys’, e nós vimos aí muitas blitze apreendendo motos por quase nada. Além de apreenderem 10, 12 motos de um guincho só e o proprietário do veículo tendo de pagar individualmente o valor do guincho”, criticou.
O parlamentar citou casos nos quais ele considera que houve exageros por parte das autoridades na apreensão do veículo. “IPVA pago, licenciamento pago, multas pagas e tinha uma pendência de R$ 36,00, relativa a uma transferência, uma taxa de transferência. Esse veículo foi parado nessa blitz na Leste-Oeste (rodovia), realizada pelo Batalhão de Trânsito, o proprietário fez o exame do bafômetro e deu negativo”, citou o deputado, criticando o motivo pelo recolhimento do automóvel em questão.
Reprodução Governo do Estado
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