Em cenário político sete de setembro tem várias manifestações em Vitória
Os 200 anos da Independência do Brasil, neste dia 7, serão celebrados por meio de pelos menos três manifestações distintas, visando demarcar terreno político das campanhas eleitorais, envolvendo ainda o campo nacional, com a disputa entre o atual ocupante do cargo, Jair Bolsonaro (PL), e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O governador Renato Casagrande (PSB), candidato à reeleição, coligado com o PT, participará do desfile oficial, na avenida Beira-Mar. Apesar da aliança com o PSB, a militância do PT e de outros partidos de esquerda estarão no “Grito dos Excluídos”.
Carlos Manato (PL), candidato da direita bolsonarista, estará na manifestação de apoio ao atual governo, que será realizada à tarde, saindo de Vila Velha e com concentração prevista para a Praça do Papa, em Vitória. Esse ato segue direcionamento dado pelo presidente da República de transformar o Sete de Setembro em data de cunho político-eleitoreiro, como estratégia de demonstração de poder, a fim de tentar neutralizar as previsões de derrota na corrida eleitoral. Com críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e em tom autoritário, Bolsonaro se apresenta como defensor da liberdade e coloca em dúvida o sistema eleitoral brasileiro.
Esse mesmo tom é repercutido no Espírito Santo. Manato, Magno Malta (PL), que tenta retornar ao Senado, e o Tenente Assis (PTB), candidato a deputado federal, acolhem o mesmo discurso, contando com o apoio de pastores evangélicos, maior reduto do ex-senador. Na última quinta-feira (1º), em encontro do Fórum Evangélico Nacional Social e Político (Fenasp), formado por pastores que organizaram a Marcha para Jesus em Vitória, no mês de julho, eles entoaram críticas à esquerda.
Nesse cenário, os órgãos de segurança pública de Vitória reforçaram o contingente operacional, a fim de que os atos públicos transcorram com tranquilidade. A operação de segurança envolve as polícias Militar e Civil, o Corpo de Bombeiros, as Guardas de Vitória e Vila Velha, e órgãos de Inteligência.
O tradicional desfile de Sete de Setembro voltará a ser realizado no Espírito Santo, após dois anos, neste ano na avenida Beira-Mar, a partir das 8 horas, nas proximidades da antiga sede da Receita Federal, centro da cidade, com a participação de Casagrande, do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), seu adversário político, e outras autoridades. Haverá exibição aérea de aviões, desfile marítimo e terrestre, com a participação de escolas e das forças policiais.
No mesmo horário, começa o também tradicional “Grito dos Excluídos”, Com o lema “Brasil: 200 anos de (in)Dependência. Para quem?”, no campus de Goiabeiras da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Em seguida ao ato haverá uma caminhada até a praça de Gurigica, região do movimento social Território do Bem, que envolve também as comunidades dos bairros de Itararé, Jaburu, Bairro da Penha, Bonfim, Engenharia, Consolação, Floresta e São Benedito.
Às 13 horas, grupos de direita ligados a Jair Bolsonaro realizarão a “Grande Travessia da Liberdade”, saindo de Vila Velha e Cariacica com trios elétricos, motos e a pé para um evento na Praça do Papa, com carro de som. O grupo que sai de Vila Velha vai atravessar a Terceira Ponte.
Nesta segunda-feira (5), um ato público por iniciativa da campanha a deputada federal da vice-governadora, Jaqueline Moraes (PSB), faz um apelo à paz e respeito ao processo eleitoral, a partir das 17 horas, na praça de Jucutuquara. Foram convidados candidatos de outros partidos e representantes da sociedade civil.
“Respeito é prá já!” é o slogan da manifestação, que defende uma eleição transparente e de paz entre candidatos e eleitores. O compromisso é mostrar que só por essas vias é que a democracia segue seu caminho, acentuam os organizadores.
“Em menos de 25 teremos as eleições gerais no Brasil, as mais desafiadoras da nossa história recente, em função dos sistemáticos ataques ao processo e às instituições eleitorais. O processo eleitoral brasileiro é respeitado em todo o mundo e, assim, a sociedade tem que garantir a paz e respeito às instituições nas campanhas políticas”, afirmam os organizadores.
Fonte: Século Diário
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