Pessoas com fibromialgia pedem apoio à Ales
Caracterizada por dores crônicas e generalizadas, fibromialgia atinge cerca de 6% da população do país; entidades cobram aprovação de projetos em apoio a fibromiálgicos
O Fevereiro Roxo, campanha de conscientização e prevenção da fibromialgia, motivou a reunião extraordinária realizada pela Comissão de Saúde nesta terça-feira (27). Deputados receberam convidados que cobraram a aprovação de projetos de lei (PLs) em tramitação na Casa para reconhecer os fibromiálgicos como pessoas com deficiência no Espírito Santo.
Esse é o teor dos PLs 73/2023 e 128/2023, de Denninho Silva (União) e Raquel Lessa (PP), respectivamente. Segundo as representantes do Grupo Capixaba de Fibromialgia, Estela Almeida Barth Machado, e dos Portadores de Doenças Autoimunes e Fibromiálgicos do Norte do Espírito Santo, Solange Polito Areia Lodi, medida igual a essas entrou em vigor na cidade de Vitória.
As convidadas relataram o cotidiano de sofrimento ao qual são submetidos os pacientes desse problema, que atrapalha no desempenho de atividades como cuidar dos filhos, trabalhar e até nos momentos de lazer. Além da dor incessante, eles precisam lidar com demais sintomas como fadiga, falta de sono, depressão e ansiedade, para citar alguns.
Uma das medidas para contribuir no tratamento foi apresentada pelo deputado Dr. Bruno Resende (União), autor do PL 289/2023. Conforme disse, a iniciativa cria uma política de atendimento da pessoa com dor crônica dotada de atenção multidisciplinar e regionalizada e com linha de cuidado do diagnóstico à reabilitação.
Falta de conhecimento
O anestesista André Gomes Félix Cordeiro falou que a falta de conhecimento sobre a enfermidade, inclusive da comunidade médica, dificulta o tratamento e o diagnóstico. Segundo ele, há um tempo médio de dois anos para que a síndrome seja diagnosticada, período no qual os pacientes passam por vários médicos. Além disso, revelou que 75% sofrem com o problema sem saber que o tem.
De acordo com o médico, a prevalência varia de com o local no mundo devido aos critérios usados para o diagnóstico. Mas, apesar disso, a fibromialgia pode acometer até 6% dos brasileiros, em especial o sexo feminino, nas áreas urbanas, e com faixa etária que vai de 35 a 44 anos de idade.
O especialista elencou fatores de risco para o surgimento como histórico familiar de depressão, nascimento prematuro, adversidade na infância por desarmonia dos pais, ansiedade e depressão desde a infância, deficiência de ferro, trauma da infância, acidente de veículo e infecções graves. Esses são alguns pontos que aumentam as chances de desenvolver a fibromialgia.
Sobre o tratamento, lembrou que os medicamentos são apenas um componente de uma terapia que deve envolver ainda exercícios físicos e psicoterapia. O especialista afirmou que o acompanhamento interdisciplinar reduz em até 20% as crises de dor dos pacientes. André defendeu a formulação de um sistema para tratamento de pessoas com dor crônica.
Moderação e Revisão de Conteúdo Geral. Distribuição do conteúdo para grupos segmentados no WhatsApp. Cadastre-se gratuitamente e receba notícias diretamente no seu celular. Clique Aqui