Brasileiros mais estudados sofrem queda na renda e caem na informalidade, diz estudo

Brasileiros mais estudados sofrem queda na renda e caem na informalidade, diz estudo

Os brasileiros que se esforçaram para completar o ensino médio ou obter diploma superior foram os que mais perderam renda nos últimos dez anos. A informação é de pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV). Os dados foram obtidos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continuada (PnadC), feita pelo IBGE.

Jovens e adultos que dedicaram 12 a 16 anos da vida aos estudos tiveram mais perda de renda do que os menos estudados. Entre eles, houve aumento brusco de informalidade, que atingiu também brasileiros que dedicaram de 9 a 11 anos de vida aos estudos.

Com isso, despenca a diferença de renda entre brasileiros que estudaram por mais de 16 anos e aqueles que estudaram por apenas um ano. Em 2012, o retorno positivo da educação na renda chegava a 641%. Logo no segundo semestre, desabou para 356%. Entre os que possuem entre 12 e 15 anos de estudos, esse percentual desabou de 193% para 102%.

Contexto

A situação indica que a maior parte dos empregos gerados pela economia brasileira são de baixa qualidade. Isso obriga os brasileiros mais estudados a optar por empregos informais, mesmo que não correspondam à sua qualificação e à sua capacidade de produzir e de contribuir à sociedade.

Em parte, isso se deve aos gargalos impostos pelo governo ao setor produtivo. É o caso de impostos, de burocracia, de protecionismo econômico. Em parte, isso se deve também aos gastos abusivos do governo. Esses gastos geram dívidas que o governo muitas vezes paga aumentando os juros dos seus empréstimos, inibindo produtores, comerciantes e consumidores.

Nos últimos oito anos, a relação entre dívida pública e PIB explodiu, saltando de 17 pontos para 74,1%. Enquanto isso, o Banco Central anuncia que as incertezas sobre a responsabilidade fiscal do atual governo elevaram o juro de equilíbrio de 3% para 4,5%. Tudo isso inibe investimentos produtivos.

Com informações da FGV, do Estado de Minas e da Folha de São Paulo.

(Crédito da imagem: Ana Volpe/Agência Senado)