Durante evento em Vitória, Mourão diz que está disposto a aplaudir e apoiar ações do governo Lula
Convidado de honra de um dos painéis da 10ª edição do Fórum Liberdade e Democracia, que aconteceu em Vitória nesta quinta-feira (03), o vice-presidente da República e senador eleito pelo Rio Grande do Sul, Hamilton Mourão (Republicanos-RS), reforçou que fará oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito para comandar o Planalto a partir do ano que vem, no Congresso nacional.
O general, que assumirá uma cadeira no Senado, no entanto, disse estar pronto para aplaudir a gestão petista, caso ela seja pautada no que ele acredita ser o melhor para os brasileiros.
“Aquilo que vier do governo do presidente Lula, que está de acordo, que é o nosso pensamento, ou seja, reforma tributária, reforma administrativa, medidas que promovam abertura comercial, terá o meu apoio irrestrito. Não vou ser contra o Brasil, muito pelo contrário. Se eles tiverem um excelente governo porque fizeram isso, palmas para eles”, disse.
O vice-presidente, que evitou se aprofundar no debate político durante sua participação no Fórum, não se furtou de direcionar críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que a Corte, em determinados momentos, não ouve e não respeita a opinião de uma parcela da sociedade. Ele não citou nomes de ministros.
“Nós temos uma Constituição que é uma Constituição de privilégios e anti-mercado. A partir de momento fica difícil haver estabilidade para quem deseja investir, trabalhar e produzir aqui no nosso país. A gente está sempre brigando contra alguma regra que é colocada da noite para o dia, e muitas delas, penduradas na Constituição, viram questões a serem debatidas pela Suprema Corte. Consequentemente, a Suprema Corte tem dificuldade de entender duas coisas: uma coisa se chama a vontade do povo e, a outra, que é a opinião do povo. A opinião do povo é diferente da vontade do povo, e ele (STF) tem dificuldade de entender isso aí”, frisou.
Categorizando a vitória de Lula como uma vontade do povo, Mourão, não fez qualquer menção direta aos atos que têm tomado várias cidades da federação, em contestação ao resultado das urnas, como se o assunto não fizesse mais parte das discussões nacionais.
Casagrande
O governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), que foi reeleito, participou de um dos painéis apresentados no evento e defendeu a pacificação dos estados para a construção de um ambiente de confiança para os investidores.
“Está todo mundo pensando no seu partido, no seu projeto, na sua ideologia mas pensando menos no povo. É preciso que a gente procure ter como referência a necessidade da população brasileira”, declarou.
Ao discutir o cenário nacional, o socialista afirmou que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vai buscar a sobrevivência no Congresso e fará um governo de centro e equilibrado em termos de política econômica. Casagrande acrescentou que vai ajudar Lula a governar o Brasil.
“Estou no Executivo para trabalhar para a população capixaba e também brasileira. Não tem como a gente permanecer nesse ambiente de guerra permanente”, destacou.
Ex-Lava Jato
No painel “Por que o Brasil não dá certo?” houve a participação do ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol (Podemos), eleito deputado federal pelo Paraná.
“Existem as instituições inclusivas que estimulam a prosperidade. Instituições inclusivas que são formatadas de modo que estimulem o pluralismo, o império da lei e a igualdade de oportunidades. Quando existem instituições inclusivas numa sociedade existe uma permeabilidade. Existe uma possibilidade de ascensão dos agentes econômicos e políticos até a elite econômica e elite política”, reforçou.
O evento
O 10º Fórum Liberdade e Democracia de Vitória é realizado pelo instituto Líderes do Amanhã traz como tema este ano “Brasil: 200 anos acima da lei”, em alusão aos 200 anos da independência do Brasil.
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